sábado, 5 de julho de 2014

Pomba Escarlate

Eu não pertenço aqui
Sou de outro além
Longe, distante de tudo
Nada igual a este lugar
Nem o ar que se respira
Tudo roda e gira
Como um turbilhão sem fim
Morreríeis se fossem lá
Como eu morri também
Mas fui mandada embora
Para aqui voltar
E tentar fazer o que ninguém conseguiu
Mostrar que existe outros lugares
Que existe fé em cada alma
Que o amor é uma chama eterna
Que arde mas que acalma
Dá paz luz e cor
Contudo aqui só existe a dor
E lá retornei a este mundo
Mas vejo que de nada vale
Voltarei um dia ao outro lado
Que por mim chama e grita
E serei uma pomba escarlate
Que voa no rubro do céu
Vermelho e ocre
Retorno á minha pátria
Em que nasci célula
Errante, mácula
Aqui pouco recebeu
Mas muito aprendeu
E por isso também
O meu ser renasceu

Poetisa das Trevas

Abandono



Perdi-me nas ruas perdidas
Sem rumo nem pressa
Um fado da minha sina
Toca naquela Travessa
Rindo à toa
Chorando sem saber.
Caiem as lágrimas
Sem notar,
Que chora o meu coração
Dentro está a perdição
A loucura, do amor
Sem saber onde fica a dor
Neste meu corpo já esquecido
Abandonado
Perdido
Nada mais te posso dizer
Apenas que ainda te tenho bem querer
Muito te amo e adoro
E por ti apenas choro
Quando a tua lembrança vem
Tomara que em ti também
As lembranças esquecidas
Tomassem rumo, tomassem vida
E tornarias ao meu regaço
Que de tanto amar
Espera com cansaço

Poetisa das Trevas

Amanhece na minha alma










Voa Alto com a leveza suave da seda
Levando as penas que acumulam no meu coração
Lá longe do alto vejo
O caminho que percorri
As pedras que subi
Os muros que saltei
Tudo passa, tudo se supera
Só a morte não se alcança
Pois a vida é esperança
E na morte é desespero
Arrepio
Triste
Sombrio
O amor existe
Mas ficou frio
Foi no vento
Ficou o lamento
Lembranças talvez
Mas aqui revejo
E invento
Serei feliz
Naquele momento
Em que é teu o meu pensamento

Poetisa Das Trevas